Publicado no Estado de Minas em 21/08/2013.
Relançada em 2010, depois de décadas inoperante, e comercializada desde 2011, a alemã Horex VR6 pretende reviver os dias de glória da marca, que já foi líder de mercado na Alemanha, além de uma das mais importantes do mundo. O modelo agora tem companhia, com o lançamento em julho da versão VR6 Classic, que mantém a estrutura, mas conta com pintura especial e coração ligeiramente amansado. O motor é o destaque. Um V6, com inclinação entre as bancadas de apenas 15 graus, criando a sensação de que é um propulsor menor. A pequena inclinação permite um único cabeçote, em um arranjo extremamente compacto e inédito.A primeira versão, com 1.218cm³ de cilindrada, fornece 161cv, mas para a versão Classic o propulsor foi amansado para “apenas” 126,4cv a 8.500rpm e torque de 12,2kgfm a 7.000rpm. Um ajuste para conferir maior docilidade na condução. Nascida em 1923, na cidade de Bad Homburg, fruto da paixão do piloto Fritz Kleemann, ganhou o batismo de Horex, com a junção dos nomes da cidade e da fábrica de vidros do pai, chamada Rex. A marca sobreviveu até 1958, quando o nome foi vendido e a produção passou a ser esporádica e artesanal. Volta agora recheada de tecnologia, pelas mãos do engenheiro Clemens Neese e colaboração técnica da Volkswagen.
O motor até parece ter arquitetura com cilindros em linha, mas é um V6 de dimensões tão compactas que é capaz de confundir, além de produzir um espetacular e afinado ronco. O escape igualmente disfarça. A sua disposição tem dois “canos”, que por sua vez abrigam três saídas cada, mais uma vez dificultando as possíveis pistas de um motor do tipo V6. Equipado com três válvulas por cilindro, injeção eletrônica e refrigeração líquida, tem triplo comando. Como nas motocicletas tradicionais, ou nakeds, o motor fica propositalmente à mostra, sem carenagens ou outros artifícios aerodinâmicos.
O visual obedece à linha clássica sem ser exatamente retrô. A versão Classic incorporou uma pintura em duas cores, com uma faixa que se estende aos para-lamas dianteiro e traseiro, pintados na mesma cor predominante do tanque, com capacidade para 17 litros. O tanque arredondado também ostenta o símbolo da marca, composto por um “H” alado e coroado. Outro toque clássico é o painel, com instrumentos arredondados e virados para o piloto, além do grande farol redondo. Já o banco transmite uma certa sofisticação, com capa marrom em vez do usual preto.
A nova Horex VR6 Classic não foge do passado, com traços resgatados das motos que fizeram a fama da marca nos áureos tempos. A Regina 350, com motor de um cilindro, e a Imperator, com motorização de dois cilindros, das décadas de 1940 e 1950, respectivamente, que também fizeram bonito nas pistas. As rodas Kineo, feitas com exclusividade para a Horex, têm aros de 17 polegadas de diâmetro e são raiadas para manter a harmonia, porém, com fixação dos raios de tal forma que permite o uso de pneus sem câmara. O quadro é em alumínio, com o motor fazendo parte da estrutura. O peso, entretanto, é de bem nutridos 249kg.
No departamento de segurança, a Horex Classic conta com dois freios estilo margarida, Breaking, na dianteira, com 320 milímetros de diâmetro e pinças Brembo. Na traseira, o disco único também é estilo margarida, com 264 milímetros de diâmetro. O sistema ABS está presente nas duas rodas. A suspensão traseira é do tipo mono, Sachs, ancorada em monobraço. A suspensão dianteira é invertida, White Power, com tubos de 48 milímetros de diâmetro. O câmbio tem seis velocidades e a transmissão final é por corrente, apesar da potência e do torque elevados do motorzão de seis cilindros. Na Europa, o modelo Horex VR6 Classic custa 24,5 mil euros.
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